Vamos iniciar fazendo menção ao ser supremo, aquele que entendemos como integro, magnânimo, mas que, paradoxalmente, aos olhos humanos foi condenado e submetido às maiores humilhações. Podemos então migrar para uma análise que envolva os seres e coisas e, ainda assim, deduzir que as impressões são relativas, logicamente dependente do observador, mas nunca atingirão a completude, existindo assim, sempre algo à desejar.
Neste contexto, sugiro uma passagem literária como reflexão, pois no afã de vender uma propriedade, um cidadão recorrendo à um poeta para elaboração de texto de divulgação se depara com a descrição conforme segue:
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda"
Segundo o fato, segue consequências descritas:
"Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
- Nem pensei mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha.
O texto recorrido carrega polêmica sobre a autoria, divergindo entre Olavo Bilac, Machado de Assis, Rui Barbosa e outros. Entretanto, é sobre a qualidade de sua pertinente reflexão que oportunamente o citamos. Portanto, a intenção é despertar para observação das discrepantes superioridades das qualidades existentes em detrimento das insignificantes imperfeições, fato este que, infelizmente, alguns humanos tendem a enaltecer.
Parabéns àqueles privilegiados pela saúde revelada em seu olhar.
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